Call for papers até 15 dezembro 2023
SINDICALISMO, TRABALHO E CIDADANIA
90 anos depois do 18 de Janeiro de 1934
LISBOA
20-21 JUNHO 2024
ICS-ULISBOA + ISCTE
OPORTUNIDADE
Com evocação do movimento do 18 de janeiro de 1934, a tentativa de greve geral revolucionária que procurou travar o Estado Novo, e no ano em que se celebram 50 anos depois da Revolução de Abril, sociólogos e historiadores de diversas instituições académicas portuguesas organizam um colóquio multidisciplinar para debater as mudanças no sindicalismo, no trabalho e na cidadania ao longo de todo este período.
Um passo decisivo para a edificação do Estado Novo, como prosseguimento da situação que vinha a ser imposta pelo Exército e outras forças conservadoras desde o golpe-de-Estado de 28 de Maio de 1926, foi a corporativização obrigatória dos sindicatos. Nestas circunstâncias, apesar das suas notórias divergências políticas e ideológicas, o movimento operário envolveu-se num combate frontal e decisivo contra o regime.
Em Os Sindicatos contra Salazar - A revolta do 18 de janeiro de 1934, publicado pela Imprensa de Ciências Sociais em 2000, Fátima Patriarca descreveu e analisou as circunstâncias, os factos e as consequências desta greve geral revolucionária, desencadeada por uma frente sindical envolvendo a Confederação Geral do Trabalho-CGT (de orientação sindicalista-revolucionária), a Comissão Intersindical (CIS, controlada pelos comunistas), a Federação das Associações Operárias (FAO, animada por socialistas), a Federação dos Transportes (unitária) e a Comissão das Organizações Sindicais Autónomas. Nesta ação, a coligação sindical propunha-se, não apenas preservar a liberdade de criação, organização e ação das associações sindicais dos trabalhadores assalariados, mas igualmente contestar as restrições à liberdade que a Ditadura, e concretamente o Estado Novo, queriam impor aos cidadãos portugueses. Aquele entendimento foi estendido também às formações político-partidárias existentes para, em caso de sucesso, colaborarem no objetivo de retorno às liberdades que haviam sido proclamadas pelo regime Republicano.
A greve geral revolucionária foi objeto de algumas mitificações e controvérsias historiográficas. Tendo em memória esta ação conjunta, também de natureza política, do movimento sindical, apesar do contexto adverso e da sua heterogeneidade, considera-se pertinente e oportuno a realização de um debate alargado sobre o sindicalismo e o mundo do trabalho. Esta será, pois, uma oportunidade, não apenas para revisitar as oposições dos movimentos operários ao capitalismo e aos regimes autoritários de entre guerras, como para refletir sobre a conjuntura e formas históricas de transição do sindicalismo revolucionário para um sindicalismo reformista ou de progresso, até à sua plena institucionalização no quadro do regime democrático, em que assume o papel de parceiro social, e às dificuldades agora observadas.
RACIONAL Os sindicatos não foram e não são o único modelo, a única forma de representação dos interesses dos trabalhadores. É por isso pertinente refletir sobre o lugar do sindicalismo nas manifestações históricas do associativismo e da intervenção cidadã; sobre o processo de institucionalização do sindicalismo, os discursos, os repertórios de ação concorrentes e/ou complementares entre os vários tipos/modelos de associativismo; as relações com o Estado dos diferentes tipos de associações, sindicais incluídas, e do Estado com os diferentes tipos de associações (favorecendo umas em detrimento de outras) na longa duração – bem como os modelos de cidadania que em cada caso estão subjacentes.
CALL FOR PAPERS
DEADLINE - 15 DEZEMBRO 2023
Aceita-se a apresentação de propostas de comunicações de ordem teórica e/ou empírica nas seguintes quatro áreas temáticas:
O Colóquio terá o Português como idioma de trabalho. Poderão ser aceites comunicações escritas em língua Castelhana, desde que os comunicantes entendam a língua portuguesa falada.
O resumo da proposta de comunicação deve ter uma dimensão entre 150 e 300 palavras e ser enviada para: coloquio.sindicalismo.2024@gmail.com
1. Desabrochar do sindicalismo operário
2. Movimento Operário
3. Pactos Sociais para a Prosperidade
4. Desregulamentação dos mercados laborais
ORGANIZAÇÃO
O Colóquio terá lugar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e no Iscte-Instituto Universi- tário de Lisboa e é também patrocinado pelo CIES-Iscte, CHUL/FL-UL, CICL-UÉvora, SOCIUS/CSG-ISEG-ULisboa e IHC/FCSH-UNL.
O Colóquio terá o Português como idioma de trabalho. Poderão ser aceites comunicações escritas em língua Castelhana, desde que os comunicantes entendam a língua portuguesa falada.
O resumo da proposta de comunicação deve ter uma dimensão entre 150 e 300 palavras e ser enviada para: coloquio.sindicalismo.2024@gmail.com
COMISSÃO ORGANIZADORA
João Freire, Iscte-Instituto Universitário de Lisboa, coordenador*
Cristina Rodrigues, IHC/FCSH/UNL
João Loureiro, CIES/Iscte-Instituto Universitário de Lisboa*
José Maria Carvalho Ferreira, SOCIUS/CSG-ISEG-ULisboa
Luísa Veloso, CIES/Iscte-Instituto Universitário de Lisboa*
Maria Alexandre Lousada, CH/FL/ULisboa
Paulo Eduardo Guimarães, CICP-Universidade de Évora
Raquel Rego, ICS-ULisboa
Renato Pistola, ICS-ULisboa*
* núcleo executivo
COMISSÃO CIENTÍFICA
Alan Stoleroff, CIES/Iscte
Álvaro Garrido, FEUC
Ana Paula Marques, ICS-UMinho
Ana Rute Cardoso, ICS-ULisboa
Antónia Gato Pinto, doutorada em sociologia da cultura FCSH-UNL (sindicalista UGT)
António José Almeida, ESCE-IPS
António Costa Pinto, ICS-ULisboa
Antonio Muñoz Sánchez, ICS-ULisboa
Carlos Gonçalves, IS-FL/UP
Catarina Sales de Oliveira, CIES-Iscte (UBI)
Cristina Parente, IS-FLUP
Dora Fonseca, CoLABOR
Elísio Estanque, CES/FEUC
Emília Margarida Marques, CRAS
Fernando Medeiros, Université Paris-Nanterre
Fernando Pereira Marques, Fundação Res Publica e IHC/FCSH-UNL
Hermes Augusto Costa, CES/FEUC
Joana Dias Pereira, IHC/FCSH-UNL
José Nuno Matos, ICNova/FCSH/UNL
José Soeiro, IS-FLUP
Maria da Conceição Cerdeira, SOCIUS/CSG-ISEG-ULisboa
Maria da Paz Campos Lima, DINAMIA-CET/Iscte
Maurício Sardá de Faria, UFRPE
Paula Urze, FCT-UNLisboa
Paulo Marques, DINAMIA-CET/Iscte
Ricardo Antunes, UNICAMP
Sara Falcão Casaca, SOCIUS/CSG-ISEG-ULisboa
Valerio Torreggiani, ICS-ULisboa
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